Meu nome é Nelma, passando aqui para prestar uma homenagem a todas as vítimas da epidemia do HIV. Início da epidemia, dos anos 80, muitas vidas foram ceifadas. Isso aconteceu muito pela desigualdade social. Até chegar o tratamento, as classes sociais mais baixas, essa população sofreu e se foi. Entre eles, três amigos e vários ídolos.

Mumu, mestre-sala de uma grande escola de samba de São Paulo, pessoa alegre, amigo, trabalha comigo e nos alegrava muito com seu bom humor e brincadeiras. Saíamos juntos, nos reuníamos no meu apartamento para tomar um vinho. Criatura muito generosa, se foi. Chiquinho, outro amigo deste mesmo trabalho, convivíamos todos juntos, porém este tímido, veio de Guaratinguetá para trabalhar em São Paulo, pessoa do bem, amigo e bom de papo. Luciana, essa eu convivi até 86, conheci através de uma irmã minha, né, no trabalho, alegre, festeira, promovia festas na sua casa, na sua piscina, nos reuníamos para fazer acampamentos. Em um deles, me recordo muito das risadas, da fogueira, gente do lado, ela bebendo, rindo, contando piada, fazendo graça, abraçando e beijando a todos, pessoa muito alegre. Também se foi. E Sandra Bréa, esse ídolo. Fazia…eu fazia, eu tinha uns 12, não, uns 10 anos, fazia teatro na escola e tinha o olho bem torto. E quando me chamavam de Sandra Bréa, eu ficava toda feliz porque ela brilhava nas novelas da Globo e ela era ótima atriz. Fora ela, tantos outros nesse planeta que se foram.

Quero deixar aqui a minha singela homenagem a todos estes que foram vítimas da epidemia do Hiv. E desta forma tão cruel, né.

Obrigada.